Ante os que partiram,
precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o
coração. Eles não morreram. Estão vivos.
Compartilham-te as
aflições, quando te lastimas sem consolo. Inquietam-se com sua rendição aos
desafios da angústia quanto te afastas da confiança em Deus. Eles sabem
igualmente quanto dói a separação.
Conhecem o pranto da
despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do
espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiram responder as
interpelações que articulaste no auge da amargura. Não admitas estejam eles
indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.
Eles percebem quanto
te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase
sempre se transforma em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho
de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateais a lousa ou lhes enfeita
a memória perguntando porque.
Pensa neles com a
saudade convertida em oração. As tuas preces de amor representam acordes de
esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas na vida.
Quando puderes,
realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-á contigo por
infatigáveis zeladores de teus dias.
Se muitos deles são
teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes, no mundo, para muitos
outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz
necessária.
Quando te disponhas a
buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra
que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material...
Contempla os céus em
que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no
próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim, ao
encontro de Novo Despertar.
Por acreditar
piamente nessas palavras, Marcela, é que eu procuro viver com alegria, para lhe
dar a devida calma no coração e continuar sendo uma boa mãe para você. Eu te
amo para sempre.