No
início de novembro comemora-se no Brasil o Dia de Finados, feriado dedicado
àqueles que já se foram de nossa convivência física. Por isso, nesta edição
descreveremos alguns dos conceitos gnósticos sobre a espiral da vida e sua
inflexão, conhecida como morte.
Provavelmente,
a maior questão a que se propõem responder filósofos e religiosos é justamente
sobre a transitoriedade da vida e o seu suposto fim.
Muitas
pessoas veem na morte o fim de tudo; outras a veem como a conclusão de um
ciclo; já outras se esquivam até de falar dela; para alguns ela é terrível;
para outros a salvação; para muitos é transitória, antes de um novo nascimento.
O fato é que a Morte é um dos maiores mistérios da Vida e, através de seu
estudo, poderemos entender a chave da vida.
Samael
Aun Weor, filósofo gnóstico do século XX, ensina que a morte é apenas uma etapa
em muitas de nossas existências, através das quais temos a oportunidade de
despertar a consciência.
Assim
como não temos consciência da realidade de muitos dos fenômenos naturais e
psicológicos da vida (como quando estamos dormindo, por exemplo), não temos
consciência do que ocorre durante e depois da morte do corpo físico.
De
acordo com os postulados gnósticos, para a maioria das pessoas três fenômenos
cercam o completo desconhecimento do que é Morte.
O
primeiro fenômeno está ligado ao Medo do
Desconhecido, pois é impossível ter verdadeira experiência sobre o que
ocorre após a partida deste plano físico, enquanto não se domina técnicas
psicológicas como a Projeção Astral, ou o Acesso a Vidas Passadas, ou mesmo a
Meditação Interior Profunda, ou ainda até que se estude (não apenas se leia)
obras maravilhosas como o Bardo Todol – O Livro Tibetano dos Mortos; o Popol
Vuh – O Livro Maia dos Mortos; ou mesmo o Livro Egípcio dos Mortos, todos
verdadeiramente obras-primas da filosofia e da mística de antigos povos.
O
segundo fenômeno que cerca a Morte diz respeito ao Apego. É impossível encarar com serenidade a Mãe Morte, como diziam
os antigos gnósticos, enquanto não se desperta a consciência e não se constata
a transitoriedade da vida, desapegando-se de tudo aquilo que entendemos como
nossos afetos, nossos bens, nossos parentes, nossos títulos, nosso corpo
físico, enfim, tudo que o Ego imputa como de propriedade de uma mente e de um
conjunto de memórias que nos ligam a outras pessoas. Destaque-se, entretanto,
que desapego não significa desamor, falta de consideração e agradecimento ou
falta de reconhecimento pelas dádivas que a divindade nos brinda.
O
terceiro fenômeno ligado à Morte refere-se ao Comodismo, ou seja, como ensina a Psicologia Gnóstica do
Autoconhecimento, para que haja o novo é necessário que o velho se transforme,
seja substituído, e quando falamos em corpo físico esta transição chama-se
Morte. Como pode alguém encarar a morte com naturalidade, se mesmo em vida não
quer mudar, não quer deixar o velho (os traumas, o passado) para trás, não quer
Morrer em Si Mesmo e passar pela Morte Mística Psicológica, como ensina o Livro
Egípcio dos Mortos?
Por
isso, para os amantes da sabedoria iniciática, conhecidos como gnósticos, a
Morte é algo inerente à vida, fazendo parte dela e constituindo-se apenas na
visão “do lado de cá do muro” para aqueles que ainda não deixaram o corpo
físico.
Nesta
época de finados, em que lembramos nossos mortos, façamos uma reflexão interna
parafraseando São Francisco de Assis, quando exortava sobre a Morte Mística de
nossos defeitos psicológicos: “É morrendo que se nasce para a Vida Eterna”.
Sérgio
Geraldo Linke, engenheiro e presidente da
Associação Gnóstica de Brasília.
Fonte: Revista Holística de Qualidade de Vida,
ano 8, número 92.
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