quinta-feira, 22 de novembro de 2012
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
A morte
A bem dizer a morte não existe, porque
só na aparência é que se morre. Perece o corpo e a alma subsiste, prosseguindo
na senda que percorre. Em mudança ou ausência é que consiste a morte tão
temida. E quando ocorre, quase ninguém, quase ninguém resiste ao pranto amargo
que da face escorre. Vós que temeis a morte e que chorais a partida dos entes
bem amados, aprende a abafar os vossos ais! A morte é vida e Deus a
onipotência. Repito aos corações inconformados: realmente só se morre na
aparência.
Vida
Se “vida” é ter a gente a alma retida no cárcere do corpo, de tal sorte,
que ela ao seu jugo torne-se vencida, então... a “vida” não é vida, é “morte”.
Se “morte” é o eximir-se a alma do forte grilhão da carne, alando-se em
seguida para o alto céu, num rápido transporte, então... a “morte” não é morte,
é “vida”.
Se “vida” é ter a alma a escravidão que humilha, treva que envolve a
estrada que ela trilha...
Se “morte” é a mutação de sua sorte... é a sua volta livre à luz
perdida...
Por que esse apego que se tem à vida?
Por que esse medo que se tem da morte?”
O amor não desaparece jamais
A morte não é nada. Eu apenas passei
para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para
vocês eu continuarei sendo. Me deem o nome que vocês sempre me deram, falem
comigo como vocês sempre fizeram. Vocês continuam vivendo no mundo das
criaturas, e eu estou vivendo no mundo do Criador. Não utilizem tom solene ou
triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos. Rezem, sorriam,
pensem em mim. Rezem por mim. Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra. A vida significa tudo o
que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Por que eu estaria fora dos
seus pensamentos, agora que eu estou apenas fora de suas vidas? Eu não estou
longe, apenas do outro lado do caminho.
Ninguém morre
Não reclames da
Terra os seres que partiram.
Olha a planta que
volta na semente a morrer.
Chora, de vez que
o pranto purifica a visão.
No entanto,
continua agindo para o bem.
Lágrimas sem
revolta é orvalho da esperança.
A morte é a própria
vida numa nova edição.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Morte. Por que muitos a temem?
No
início de novembro comemora-se no Brasil o Dia de Finados, feriado dedicado
àqueles que já se foram de nossa convivência física. Por isso, nesta edição
descreveremos alguns dos conceitos gnósticos sobre a espiral da vida e sua
inflexão, conhecida como morte.
Provavelmente,
a maior questão a que se propõem responder filósofos e religiosos é justamente
sobre a transitoriedade da vida e o seu suposto fim.
Muitas
pessoas veem na morte o fim de tudo; outras a veem como a conclusão de um
ciclo; já outras se esquivam até de falar dela; para alguns ela é terrível;
para outros a salvação; para muitos é transitória, antes de um novo nascimento.
O fato é que a Morte é um dos maiores mistérios da Vida e, através de seu
estudo, poderemos entender a chave da vida.
Samael
Aun Weor, filósofo gnóstico do século XX, ensina que a morte é apenas uma etapa
em muitas de nossas existências, através das quais temos a oportunidade de
despertar a consciência.
Assim
como não temos consciência da realidade de muitos dos fenômenos naturais e
psicológicos da vida (como quando estamos dormindo, por exemplo), não temos
consciência do que ocorre durante e depois da morte do corpo físico.
De
acordo com os postulados gnósticos, para a maioria das pessoas três fenômenos
cercam o completo desconhecimento do que é Morte.
O
primeiro fenômeno está ligado ao Medo do
Desconhecido, pois é impossível ter verdadeira experiência sobre o que
ocorre após a partida deste plano físico, enquanto não se domina técnicas
psicológicas como a Projeção Astral, ou o Acesso a Vidas Passadas, ou mesmo a
Meditação Interior Profunda, ou ainda até que se estude (não apenas se leia)
obras maravilhosas como o Bardo Todol – O Livro Tibetano dos Mortos; o Popol
Vuh – O Livro Maia dos Mortos; ou mesmo o Livro Egípcio dos Mortos, todos
verdadeiramente obras-primas da filosofia e da mística de antigos povos.
O
segundo fenômeno que cerca a Morte diz respeito ao Apego. É impossível encarar com serenidade a Mãe Morte, como diziam
os antigos gnósticos, enquanto não se desperta a consciência e não se constata
a transitoriedade da vida, desapegando-se de tudo aquilo que entendemos como
nossos afetos, nossos bens, nossos parentes, nossos títulos, nosso corpo
físico, enfim, tudo que o Ego imputa como de propriedade de uma mente e de um
conjunto de memórias que nos ligam a outras pessoas. Destaque-se, entretanto,
que desapego não significa desamor, falta de consideração e agradecimento ou
falta de reconhecimento pelas dádivas que a divindade nos brinda.
O
terceiro fenômeno ligado à Morte refere-se ao Comodismo, ou seja, como ensina a Psicologia Gnóstica do
Autoconhecimento, para que haja o novo é necessário que o velho se transforme,
seja substituído, e quando falamos em corpo físico esta transição chama-se
Morte. Como pode alguém encarar a morte com naturalidade, se mesmo em vida não
quer mudar, não quer deixar o velho (os traumas, o passado) para trás, não quer
Morrer em Si Mesmo e passar pela Morte Mística Psicológica, como ensina o Livro
Egípcio dos Mortos?
Por
isso, para os amantes da sabedoria iniciática, conhecidos como gnósticos, a
Morte é algo inerente à vida, fazendo parte dela e constituindo-se apenas na
visão “do lado de cá do muro” para aqueles que ainda não deixaram o corpo
físico.
Nesta
época de finados, em que lembramos nossos mortos, façamos uma reflexão interna
parafraseando São Francisco de Assis, quando exortava sobre a Morte Mística de
nossos defeitos psicológicos: “É morrendo que se nasce para a Vida Eterna”.
Sérgio
Geraldo Linke, engenheiro e presidente da
Associação Gnóstica de Brasília.
Fonte: Revista Holística de Qualidade de Vida,
ano 8, número 92.
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