Não sei se saudade tem cor. Dizem que sim. O que eu sei é que ela tem
forma. Tem gosto. Tem cheiro. E peso também. E, acreditem, ela tem asas!!! Se
não, como nos transportaria tantas vezes a lugares tão distantes? E sei ainda
que ela se agiganta quando mais tentamos diminuí-la. Sei que ela dói de dor
intensa e sem remédio. Se não fosse ela, não sei se teríamos consciência do
tamanho da importância das pessoas pra gente. Porque quando amamos alguém, a
saudade já chega por antecipação, sorrateira, disfarçada de algo que não
conseguimos decifrar. É aquela dor fininha de não sei o quê, a angústia boba
que nos invade só de imaginar a separação. E a gente fica meio sem saber o que
fazer.
Mas é assim... é uma dor que gostamos de sentir, um sabor que queremos
provar, é algo que não sabemos explicar, mas é quase palpável. É amor
disfarçado de muita coisa. São emoções guardadas bem lá no fundo. Saudade... do
que foi e do que vai ser. Saudade que nos acompanha pra diminuir a solidão e
que nos mostra, sobretudo, que estamos vivos.
Aprendi ainda que saudade não mata. É só quase. A gente pensa que vai morrer, mas sobrevive sempre, porque ela traz escondidinha nela uma outra coisa que chamamos de esperança, que nos ajuda a caminhar, porque saudade, como o amor, não é cega, saudade vê mais além.
Aprendi ainda que saudade não mata. É só quase. A gente pensa que vai morrer, mas sobrevive sempre, porque ela traz escondidinha nela uma outra coisa que chamamos de esperança, que nos ajuda a caminhar, porque saudade, como o amor, não é cega, saudade vê mais além.
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