Começar o dia falando de saudade faz bem. Bem e mal ao mesmo tempo. Mas é
um mal gostoso, desses assim que a gente gosta de sentir. Se sentimos saudade é
que tem gente habitando nosso coração, então já não estamos sozinhos.
Criamos em nós e com nossos relacionamentos episódios da vida, bons ou
maus. Escolhemos caminhos, escolhemos pessoas, escolhemos formas de vida,
maneiras e jeitos e saímos por aí vendo o nascer e o pôr do sol. Nossas
escolhas presentes condicionam nosso futuro, como as do passado condicionaram o
que vivemos agora. Então, baseados nessas experiências vivenciadas, podemos
melhor selecionar o que nos convém, o que nos faz felizes, o que nos torna
melhores. Ninguém pode e nem deve viver de arrependimentos, pois esses
envenenam a vida. Mas tirando dele o proveito, vamos moldando nosso vaso diário
para que a vida se torne, pelo menos a nossa volta, mais bonita.
Se o ser humano entendesse o quanto o seu poder é ilimitado, ele choraria
menos, conseguiria mais. Mas esse poder nada tem a ver com força física, é algo
que vem de dentro pra fora, como a água da fonte que jorra e mata a sede. E
cada minuto do dia podemos decidir que será melhor, podemos decidir que
dividiremos com alguém para sairmos acrescentados, deixaremos neles e
carregaremos em nós pedacinhos de bons momentos, esses que costumamos chamar de
saudade e que rima tão bem com felicidade...
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