quinta-feira, 28 de junho de 2012

Orientação Espírita – 25/9/2007



Brasília, DF, 8 de agosto de 2006
À ORIENTAÇÃO ESCRITA
Comunhão Espírita de Brasília
Departamento Dias da Cruz - Orientação Escrita

Nome: Marcela Rezende Nascimento Teixeira
Idade: desencarnada em 09/06/2006, aos 22 anos e 10 meses

Querida Marcela,
Hoje fazem 1 ano, 3 meses e 16 dias que você mudou de residência. Agora você vive na “Colônia das Flores”, onde segundo D. Irene, os lírios crescem em abundância e nunca morrem.
Sinto muito a sua falta, mas peço a Deus sempre, que esteja bem. Que já tenha tido compreensão do que lhe aconteceu, para prosseguir sua vida neste novo mundo ao qual foi chamada a viver antes de mim. Normalmente os pais vão antes dos filhos, para ajeitar as coisas e então, poder recebê-los com a “casa arrumada”. Mas com a gente aconteceu de modo diferente. Você partiu antes de mim, repentinamente, sem um “aparente” motivo. Até hoje não sei o que lhe aconteceu. Por isto lhe escrevo e me perdoe, mas preciso saber algumas coisas para tentar viver com mais calma no coração.
No dia anterior ao seu desenlace, quando você estava fazendo a apresentação do trabalho do seu grupo no computador, por que você fez o dos outros colegas e não fez o seu, filha? Aliás, você só fez o seu por insistência minha. Você estava se sentindo mal, minha filha? E se estava, por que não me disse?
Até hoje eu não sei o motivo do seu desenlace e fico me perguntando se eu não poderia ter evitado tudo isto. Você dormiu e não acordou. Passou para o outro lado da vida, dormindo. Que loucura foi te acordar brincando com você, fazendo cócegas no seu pezinho, como eu fazia todos os dias, e você não responder. E depois, a casa cheia de gente, de bombeiros e policiais ... Após vários meses de espera, o laudo da perícia médica ainda vem como “hipoxemia, por causa desconhecida”. Até hoje eu não me esqueço do seu olhar para mim antes de dormir. E por que eu não me esqueço exatamente deste olhar, se todos os dias eu me despedia de você com um beijo e te olhava, antes de apagar a luz do quarto e fechar a porta?
À medida que o tempo vai passando, eu começo a me recordar de pequenos detalhes e quando vou juntando as peças, parece-me que de alguma forma, você sabia o que ia lhe acontecer.
Minha filha, minha adorada filha, minha única filha, eu só estou lhe escrevendo para ver se tenho o merecimento de ter algumas dúvidas solucionadas, para tentar prosseguir a vida sem a sua presença física. É uma tarefa difícil, uma dura prova que Deus me impôs e que devo passar por ela sem me queixar, porque com certeza este é um resgate de meus erros de vidas passadas.
A única coisa que quero é que seja feliz, é que esteja feliz. Quem te recebeu no seu novo mundo, filha? Que familiares e amigos estão te acompanhando e te orientando neste novo processo de vida, filhinha? Você já entendeu tudo? Você está bem?
Você está no meu coração e no meu pensamento desde a hora que acordo até a hora que vou dormir, e provavelmente também nos meus sonhos. Digo provavelmente, porque você sabe que nunca me lembro dos meus sonhos.
Filha, eu estava muito relutante para escrever esta carta, por receio de importunar você, por receio de atrapalhar o seu processo evolutivo. Mas ao conversar com uma colega do “Curso Sistematizado da Doutrina Espírita”, fui incentivada a fazê-lo.
Espero que possa me tirar estas dúvidas e principalmente me dizer se está bem. Pois tudo que me importa na vida é a sua felicidade.
Eu continuo estudando a Doutrina, lendo muito e tentando aplicar na vida os ensinamentos de Jesus. E sei que você está fazendo o mesmo aí no seu mundo.
Eu te amo muito, minha filha. Vou te amar sempre, pois nosso amor é eterno, independentemente da distância que por ora nos separa.
Abaixo, está a poesia que fiz para você, quando por ocasião de um ano de seu desenlace.

Brasília, 9 de junho de 2007

Alma gêmea de minhalma,
que pela bondade de Deus
me foi confiada para
criar, educar, servir, amar.
Oh! Meu bom Deus,
quão agradecida sou por
ter-me concedido este privilégio,
o merecimento de ter Marcela
em minha vida.

Alma gêmea de minhalma,
que aqui chegou, me encantou,
me fortaleceu, encheu meu coração,
e me tornou mãe.

Comigo partilhou
dores e alegrias,
conquistas e derrotas,
sonhos para a nossa vida.

Alma gêmea de minhalma,
sempre solidária, gentil, meiga,
educada, tolerante, conciliadora,
a distribuir sorrisos e palavras de amor.

Vinda pelas bênçãos Divinas,
veio inundar minha vida de
esplendor e felicidade.

Você se foi num doce e suave sono,
deixando sua marca
nos sentimentos de amor e carinho
em meu coração.

Aqui fiquei sem você,
chorando quando a saudade aperta,
quando a dor chega forte e mina minhas forças,
quando a garganta dá um nó e sufoca,
choro pela saudade que insiste em ficar.

A distância por ora nos separa,
mas estaremos sempre juntas em pensamento,
pois o nosso amor está acima de qualquer distância,
por maior que seja.

Outras vidas nos aguardam, filha.
Agora, peço a Deus
força para eu continuar, e
felicidade e alegria na sua caminhada
na vida eterna.

Alma gêmea de minhalma,
princesa da minha vida,
ruivinha do meu coração,
meu raio de sol,
meu maior tesouro,
meu eterno amor.
Mamãe.
Comunhão Espírita de Brasília
Departamento de Orientação Equipe Dias da Cruz
PROTOCOLO 466
Em 02/02/2008
Que Jesus nos ampare.
É muito importante para nós, compreendermos que o desencarne é o início de um novo processo, quando o espírito retorna à pátria espiritual e retoma seu processo evolutivo.
A Marcela tem sido assistida desde o momento do seu desenlace, que fora acompanhado de perto por entes queridos do Mundo Maior, o que facilitou seu desprendimento do corpo físico.
Ela está bem, preparando-se para participar de trabalho assistencial, uma vez que tem compreendido facilmente a razão dos acontecimentos.
“Muitas vezes, mãe querida, nós nos apegamos muito ao mundo das aparências, ao mundo físico, e nos esquecemos que somos espíritos eternos em busca da evolução.
Lembre-se de que o Arquiteto de nossas vidas é Deus e Ele sabe a razão de tudo e por isso não precisamos buscar muitas explicações para os fatos.
Meu momento era aquele.
Passamos por momentos maravilhosos juntas e isso nos faz bem, consola e ameniza a dor da separação momentânea.
Procure um tempinho para fazer um trabalho assistencial, de forma a doar esse imenso amor que você tem no coração, pois há muita gente necessitada de pão e de carinho.
Continue seu estudo acerca da vida espiritual, de modo a compreender melhor a razão dos fatos.
Não há como esquecermos uma da outra, pois os elos que nos unem são muito fortes, mas precisamos cuidar de nós mesmas e darmos prosseguimento aos nossos planos, pois afinal a vida continua.
Fique tranquila, eu estou bem.
Cuide de você e da sua saúde.
Lembre-se de que somos todos filhos do mesmo Pai e que estamos juntas para fortalecermos nosso amor e sermos exemplo de amor.
Apoie-se nos ensinamentos do Mestre Jesus e viva na paz.
Suas palavras poéticas me comoveram e só reafirmaram nossa ligação eterna.
Fique com Deus.”
Marcela.

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